sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Compro um carro à vista ou financiado?

Outro dia meu pai veio me pedir um conselho: queria comprar um carro novo e perguntou se era melhor adquiri-lo à vista ou se seria melhor fazer um financiamento.
O valor do carro era de aproximadamente R$ 50 mil e o financiamento seria de 60 parcelas mensais de R$ 1.064,59 de acordo com a média que havia pesquisado. Ele tinha esses R$ 50 mil, que estavam em conta corrente, esperando a decisão a ser tomada. Com essas informações em mãos analisei as duas possibilidades.
Primeiramente façamos as contas para a opção de comprar o carro financiado e manter os R$ 50 mil aplicados em um investimento conservador (com rendimento da taxa de juros vigente) pagando as parcelas “do próprio bolso”. Neste caso ao final dos 60 meses meu pai teria acumulado um valor de aproximadamente R$ 78.700,00, que descontando o imposto de renda a uma alíquota de 15% daria um valor líquido próximo de R$ 74.400,00.
Agora vamos considerar a segunda opção, que seria adquirir o carro à vista. Nesse caso há uma questão de fundamental importância que deve ser levada em consideração. Já que na compra à vista será utilizado todo dinheiro guardado, é necessário repor esse patrimônio, aplicando mensalmente o valor do financiamento (a uma mesma taxa de juros do caso anterior). No final dos 5 anos ele acumularia um total de R$ 81.100,00 que descontados de um imposto de renda aproximadamente igual ao anterior (15%), sobraria um montante líquido de R$ 78.500,00.
Analisando a frieza pura e simples dos números podemos perceber claramente que a opção por pagar à vista é mais interessante em termos financeiros. O problema é que infelizmente a teoria nem sempre se aplica na prática. Apresentei os valores para meu velho e disse: “Pai, os números são esses, mas você vai ter a disciplina de todo mês aplicar o valor do financiamento ao longo dos próximos 5 anos?”.
Essa é a grande questão, não adianta ter a melhor solução nas mãos se na pratica ela não funcionar de verdade. O financiamento muitas vezes acaba sendo um mecanismo que as pessoas encontram para fazer uma poupança que não existiria se não tivesse todo mês aquela “obrigação” com o boleto bancário. De qualquer maneira é muito importante estar atento às taxas de juros embutidas quando dividimos a aquisição em várias parcelas. E meu pai acabou comprando o carro pelo financiamento depois que fiz aquela pergunta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário