segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Bilhete azul – há luz no fim do túnel?

Quando pensamos em demissão, automaticamente nos vem uma sensação ruim. Mas é possível ver esta situação de uma perspectiva, digamos, menos nebulosa.
Gosto de pensar em todas as situações como oportunidades. Talvez ser demitido seja uma chance compulsória que a vida lhe deu para repensar na sua carreira. Canso de conhecer pessoas insatisfeitas com seus atuais empregos, mas com falta de coragem de partir para outra. Muitas vezes, somente por necessidade, arregaçamos de fato as mangas em busca de uma possibilidade que nos realize mais – em vários sentidos.
Se você acha difícil encarar a demissão como uma chance de ser mais feliz, tente ao menos enxergar como uma oportunidade de aprender. Se o seu gestor te dispensou, teorias da conspiração à parte, você deve ter sua parcela de responsabilidade. Possivelmente ele já tinha apresentado alguns sinais de insatisfação e você não agiu a tempo de reverter a situação.
É seu papel aproveitar esse momento para entender o que poderia ter feito de um modo diferente ou melhor. Um caminho que eu gosto muito é procurar ter uma conversa franca com quem tomou esta decisão: faça perguntas oportunas e esteja disposto a ouvir. Não é hora de discutir, ou gerar ainda mais desgastes. É hora de apenas de tentar tirar o melhor de tudo isso.
Uma vez entendida a razão da sua demissão, o próximo passo é “partir para outra”. O maior erro que as pessoas cometem nessas horas tem a ver com não saber dar tempo ao tempo. Você precisa dele para superar o impacto de ter sido dispensado, recompor sua autoestima e refletir sobre o que realmente quer dali pra frente.
Outra reflexão importante é: do que estou disposto a abrir mão. Não temos como saber se um próximo emprego será melhor ou pior, mas com certeza será diferente. Sendo assim, caso precise, avalie o que está disposto a mudar: de área, cargo, segmento de negócio, faixa salarial… E em prol do que? Mais qualidade de vida, um desafio diferente, carreira internacional, passar a ou deixar de gerenciar uma equipe? É importante colocar tudo isso em ordem de prioridades. Otimize seu tempo livre e comece a exercitar sua tomada de decisão. Acredite: isso vai ser útil quando a hora de escolher seu próximo emprego chegar.
Só depois de digerir tudo isso, é hora de atualizar seu currículo e iniciar sua busca efetivamente. Já conversei com profissionais recém-demitidos tão inseguros em relação a sua capacidade e confusos acerca do que queriam que não conseguiam o tão sonhado novo emprego.
Depois desse período de reflexão é hora sim de aquecer sua rede de contatos – espero que tenha cuidado bem dela quando tudo ia bem. Nesta hora, ter contatos é essencial. São estas pessoas que poderão te ajudar a encontrar as oportunidades que estão rolando no mercado e, principalmente, quem toma as decisões sobre as contratações.
Superar uma demissão demonstra maturidade e capacidade de se autodesenvolver. Não há empregador que não aprecie essas qualidades. Os melhores profissionais muito provavelmente já foram demitidos também. O que os deixa melhores é a capacidade de usar esta situação a seu favor, aprendendo a se tornar cada vez mais desejados pelo mercado.
Melhor do que ser empregado ou desempregado é ser empregável. Pense nisso!

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