sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dicas para se planejar após a declaração do imposto de renda 2013


           O ano começa e logo uma das obrigações de todo cidadão vem à tona: fazer a declaração do imposto de renda. Utilizar toda a papelada para fazer o balanço dos 12 meses que passaram pode ter uma utilidade muito importante, que vai bem além da mera burocracia. Pelo menos é o que garante a consultora Márcia Dessen, sócia do Brazilian Management Institute (BMI), que convida os contribuintes a olhar essa atividade sob uma ótica diferente – a do planejamento financeiro. "Ao fazer a declaração de Imposto de Renda você presta contas ao governo de coisas sobre as quais não prestou contas a si mesmo ao longo de um ano inteiro", afirma. "Por isso, essa talvez seja a ocasião mais propícia para alguém examinar quanto está ganhando e também para refletir sobre quanto está gastando".

         Certos passos são essenciais para ter uma vida financeira saudável. Na opinião de Márcia, o primeiro e mais importante deles é planejar o orçamento, ou seja, saber quanto dinheiro entrará na conta todo mês, quanto deverá sair e quanto sobrará para investir. Isso, no entanto, é algo que apenas os brasileiros mais organizados se dão ao trabalho de definir. Começar a estruturar um orçamento exige um mínimo de dedicação e pode parecer custoso – ou chato – demais para valer a pena. Por isso, Márcia sugere que os interessados em colocar as finanças em dia enxerguem a declaração de Imposto de Renda como uma ferramenta de gestão. "Quantas pessoas só descobrem nessa hora o quanto realmente estão devendo na praça? E por que será que deixam para fazer esse balanço apenas uma vez por ano?", questiona. "Minha sugestão é que a declaração sirva como o pontapé para começar um controle, mês a mês, dos ganhos e dos gastos".

           Um orçamento mensal, é claro, não precisa seguir todo o detalhamento exigido pela Receita Federal. Márcia recomenda anotar os gastos diários em uma planilha. Para facilitar esse trabalho, a consultora sugere pagar as contas com cartão, de crédito ou débito, sempre que for possível. "Ao fim de cada mês, bastará somar, a partir dos registros da fatura, todas as despesas feitas e separá-las em grandes classes de gastos, como alimentação, moradia ou entretenimento", diz. O ideal, na visão da planejadora financeira, é usar dinheiro em espécie apenas para fazer as pequenas compras corriqueiras. "O valor de cada saque de dinheiro pode ser totalmente contabilizado numa linha de 'diversos'. É mais fácil e mais estimulante do que se obrigar a anotar cada cafezinho comprado na rua". Controlar os gastos é o que permite às pessoas evitar entrar em armadilhas financeiras, como recorrer ao crédito para dar conta do consumo do dia a dia, um alerta que Márcia dá sempre que tem uma oportunidade. "Dívidas costumam custar caro e é necessário ter consciência desse preço antes de parcelar qualquer compra", afirma.

        Apenas quem for capaz de planejar o orçamento e de evitar as "dívidas ruins" – que financiam o consumo diário – conseguirá chegar ao fim do mês com uma folga financeira. Na prática, significa que pode sobrar dinheiro para investir. E quando isso acontece, é preciso buscar alternativas de onde aplicar os recursos poupados. Ela ressalta que o principal fator a se considerar para tomar essa decisão é o tempo. Novamente, planejar é a palavra de ordem. "Perguntas que precisam ser respondidas são: para que quero esse dinheiro e em quanto tempo. Sem definir esses dois pontos, é difícil fazer a opção mais adequada", afirma. Um dos objetivos de investimento que, segundo Márcia, devem estar entre as prioridades de qualquer um é guardar dinheiro para a aposentadoria. Aplicar nos planos de previdência complementar vendidos pelos bancos são uma alternativa que embute vantagens tributárias, mas a consultora ressalta que também é possível fazer essa economia por conta própria.

      O patrimônio que foi possível construir ao longo da vida será o resultado de todas essas decisões – fazer ou não um orçamento, contrair dívidas ou pagar à vista, e onde investir o que sobra. Espera-se, diz Márcia, que essas decisões sejam tomadas sempre de forma voluntária e consciente. "O problema maior é alguém descobrir, tarde demais, que não conseguiu juntar um patrimônio suficiente para gerar renda e garantir o sustento no restante da vida", afirma Márcia. Nesses casos, há poucas alternativas a não ser continuar trabalhando, mesmo na velhice. Para aqueles que acham que olhar atentamente para o próprio bolso importa pouco, Márcia dá um recado: "Só vive de renda quem tem disciplina e paciência para planejar as finanças". Qual será a sua opção?
fonte: xp investimentos

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